segunda-feira, fevereiro 27, 2006

Dia 3 – 11.02.06 por Pedro Rodrigues

Respiração, roda de equilíbrio, todos e individualmente, massagem no abdômen e tórax com respiração, saudação ao sol e aquecimentos de voz, inclusive vocalize destonado.

No jogo da Bolinha, acrescentamos falar os nomes das pessoas, e depois diversos sons. Ainda foi muito insipiente em termos de improvisação com som e uso da voz. Normal, pois trabalhamos principalmente com o corpo, ou quase só com.

Precisamos trabalhar mais improvisações com sons e falas para despertar a criação por este lado, visando usar na composição de cenas.

Trabalhamos bastante com a Substância e os Animais.

Primeiro cada um estava uma substância, sentindo-a, movendo-se nela e interagindo com ela. Então, a partir de relações entre eles, as substâncias passaram a se misturar. Foi curioso como uma das substâncias, mais forte ou característica, se sobressaiu sobre as outras na mistura.

Depois, quando estavam na mesma substância, um dos atores variava-a e os outros acompanhavam.

Ainda costumam dar nomes ou escolher previamente a substância (racional), mas sentem-na verdadeiramente. Inclusive, quando misturaram as substâncias, não deram um nome ou definiram a nova substância, apenas sentiram como ela se portava. Segundo depoimentos, quando não conseguiam visualizar, passavam a imitar os movimentos e tônus do outro e então sentiam a substância.

Atestaram que é mais difícil sentir a substância com as pernas do que com o corpo ou os braços. Quando tentavam descobrir que substância o outro estava propondo, às vezes, este fazia um gesto impossível, e viam que é diferente do que pensavam. Cada substância tem diversas qualidades, algumas se portam de um jeito semelhante por vezes e diverso em outros casos. Será que é possível entrar na substância do outro sem ter que dar nome, definir todas as suas qualidades, apenas ir assimilando-a pouco a pouco, junto com o proponete, não extrapolando-o?

A Luiza, que se viu imersa em cubos de gelo, passou a sentir frio, o que a levou a ficar encolhida, tremendo, remetendo-a ao desespero e a uma personagem louca. Quando a substância se tornou mais leve, oferecendo menos resistência, sentiram o desequilíbrio verdadeiramente e quase caíram.

Com os Animais fizemos uma improvisação, começando de visualizar o animal, mover-se como ele e passar a interagir, que foi difícil no começo, pois parece depender do animal. Na verdade não depende, as relações que os animais estabelecem podem ser humanas, como em uma fábula ou desenho. Isto deveria ficar mais evidenciado na continuação, com o Meio-Animal, um homem retendo 50% as características do animal; um tipo. Mas aconteceu o contrário, o tipo tinha motivações animais.

Valeu o improviso, criamos uma cena entre os bichos, mesmo que sem muita ação. Uma hora dei o estímulo “vocês tem que decidir quem vai ficar com a cadeira”, e foi interessante, que resolveram de forma bem humorada e lúdica. Sempre me preocupo que este exercício é fácil de descambar em uma gritaria a lá jardim da infância de cachorros, gatos e piu-pius, o óbvio do animal, não o refinamento de buscar reflexos de características humanas nas qualidades animais.

Talvez se fizéssemos a improvisação depois do exercício que passei no workshop, de realizar uma atividade humana depois de praticarem com o animal, ficasse mais clara a intenção de explorar sentimentos e sensações humanas a partir do animal. Trabalhamos pouco com os animais, voltaremos a eles.

Já começamos a criar cenas, improvisações, entramos no texto no próximo. (não deu tempo neste, queria que desse...) Aliás já tínhamos lido o texto juntos, dia desses, foi no primeiro?