terça-feira, fevereiro 06, 2007

Dia 38 - por Bruno

A construção da jaula foi uma tarefa deliciosa; por vários motivos. O Pedro já tinha a idéia, os croquis, os materiais haviam sido comprados e estávamos todos na expectativa: será que ficará do jeito planejado?

Pedrão me deu as instruções, olhamos os desenhos juntos, e eu e o Haruki sentamos num sofá e ficamos discutindo como transformaríamos aquele desenho em algo concreto. Pensamos na posição das dobradiças, dos cortes nas madeiras, no encaixe dos canos de pvc...

...e mão na massa.

Enquanto o Haruki foi ajudar com as luzes, eu fiquei lá construindo a jaula. Foi um processo extremamente demorado, que envolvia mais raciocínio do que eu estava esperando. Mas fui construindo. Lado por lado. Perdia horas calculando os cortes, os buracos dos parafusos, improvisando ferramentas. A mão doía de tanto parafusar, as costas ardiam pelas posições desconfortáveis, os músculos reclamavam da dor de ter que levantar e carregar os materiais de tempos em tempos.

Mas era a jaula do jejuador. Impossível ignorar sua importância em cena... como um outro personagem. Então, estava eu lá, moldando o quarto-personagem de palco. Cada etapa da construção que se concluía, algum problema surgia. Alinhamento, peso, equilíbrio das partes e peças, encaixes etc... Lá ia eu, gastar mais uns bons momentos pensando (e pior, em três dimensões) como resolveria mais esse problema.

A jaula ficou pronta. E ficou linda. Faltava apenas pintar, o que fizemos no último dia de ensaio, com pressa... mas, com carinho.

Com as luzes de palco acessas sobre ela, emanava um brilho estelar. Assustadora, mas ao mesmo tempo, atraente.