Dia 4 – 12.02.06 por Haruki
Foi o melhor ensaio até agora, na minha opinião.
Para mim, foi somente a partir deste ensaio que comecei a entender e a visualisar todas as possibilidades que o texto apresenta. Ter que escolher 6 imagens, frases, ou palavras do texto me fez descobrir um número absurdo de possibilidades. Foi realmente difícil escolher somente 6, embora a minha primeira escolha tenha vindo logo de cara, com força: a imagem do jejuador caído em sua jaula, coberto por uma palha velha e suja, pessoas passando pela jaula como se ela estivesse vazia, o quadro marcando os dias de jejum completamente abandonado. A idéia vai diretamente de encontro ao orgulho que ele sentia por ser o maior jejuador de todos, é angustiante.
O exercício de improviso com o trecho retirado do texto foi intenso. O trecho que eu escolhi foi "Tentava afastar o pescoço tanto quanto possível, a fim de resguardar o rosto do contato com o jejuador.". Escolhi o trecho talvez por mostrar mais uma vez uma ferida no orgulho do jejuador, ele era um artista, e estava sendo tratado como um ser repugnante, de quem ninguém gostaria de chegar perto. As duas escolhas não foram conscientes, não quis relacioná-las, mas agora, escrevendo, percebo que talvez estivesse, e ainda esteja, buscando os motivos que levaram o jejuador a enfim entender e/ou aceitar a sua condição, resignando-se no final do conto e desculpando-se com todos. Voltando ao exercício, comecei usando a frase como muleta para o me movimentar na substância areia. Reforçava a palavra "tentava", a primeira, a que alvancava o resto da frase e os meus movimentos. Logo passei a quebrar a frase em partes, falava pedaços dela, fora de ordem, conforme alguma necessidade interior que eu não sei definir bem o que é, só sei que as frases não vinham de forma consciente. Eu não pensava "agora é uma boa hora para usar tal trecho", o tercho simplesmente aparecia e saía da minha boca, sem controle algum... estranho... por exemplo, quando ajudo o Bruno tampando-lhe os olhos, usava o trecho "resguardar o rosto do contato". E quando me encontrei com a Luíza encolhida em um canto, simplesmente passei a negar a minha frase, mas só fui perceber isso depois de já tê-la negado várias vezes... a Lu estava encolhida e eu fui até ela e dizia "não há porque afstar o pescoço", "não há porque resguardar o rosto", enquanto ela me empurrava, me afastava, eu me esforçava em tentar passar essa mensagem positiva, de contato, de solidariedade, mas ela estava visivelmente perturbada, me empurrando e me segurando com força. Foi bem intenso.
E como eu disse, foi depois deste ensaio, mais particularmente depois deste exercício, que eu me dei conta do petencial dramático desta peça que iremos montar. Ela promete!!!
Para mim, foi somente a partir deste ensaio que comecei a entender e a visualisar todas as possibilidades que o texto apresenta. Ter que escolher 6 imagens, frases, ou palavras do texto me fez descobrir um número absurdo de possibilidades. Foi realmente difícil escolher somente 6, embora a minha primeira escolha tenha vindo logo de cara, com força: a imagem do jejuador caído em sua jaula, coberto por uma palha velha e suja, pessoas passando pela jaula como se ela estivesse vazia, o quadro marcando os dias de jejum completamente abandonado. A idéia vai diretamente de encontro ao orgulho que ele sentia por ser o maior jejuador de todos, é angustiante.
O exercício de improviso com o trecho retirado do texto foi intenso. O trecho que eu escolhi foi "Tentava afastar o pescoço tanto quanto possível, a fim de resguardar o rosto do contato com o jejuador.". Escolhi o trecho talvez por mostrar mais uma vez uma ferida no orgulho do jejuador, ele era um artista, e estava sendo tratado como um ser repugnante, de quem ninguém gostaria de chegar perto. As duas escolhas não foram conscientes, não quis relacioná-las, mas agora, escrevendo, percebo que talvez estivesse, e ainda esteja, buscando os motivos que levaram o jejuador a enfim entender e/ou aceitar a sua condição, resignando-se no final do conto e desculpando-se com todos. Voltando ao exercício, comecei usando a frase como muleta para o me movimentar na substância areia. Reforçava a palavra "tentava", a primeira, a que alvancava o resto da frase e os meus movimentos. Logo passei a quebrar a frase em partes, falava pedaços dela, fora de ordem, conforme alguma necessidade interior que eu não sei definir bem o que é, só sei que as frases não vinham de forma consciente. Eu não pensava "agora é uma boa hora para usar tal trecho", o tercho simplesmente aparecia e saía da minha boca, sem controle algum... estranho... por exemplo, quando ajudo o Bruno tampando-lhe os olhos, usava o trecho "resguardar o rosto do contato". E quando me encontrei com a Luíza encolhida em um canto, simplesmente passei a negar a minha frase, mas só fui perceber isso depois de já tê-la negado várias vezes... a Lu estava encolhida e eu fui até ela e dizia "não há porque afstar o pescoço", "não há porque resguardar o rosto", enquanto ela me empurrava, me afastava, eu me esforçava em tentar passar essa mensagem positiva, de contato, de solidariedade, mas ela estava visivelmente perturbada, me empurrando e me segurando com força. Foi bem intenso.
E como eu disse, foi depois deste ensaio, mais particularmente depois deste exercício, que eu me dei conta do petencial dramático desta peça que iremos montar. Ela promete!!!
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