segunda-feira, julho 24, 2006

Remontando - Dia 26, por Bruno

Começamos aquecendo com a corda. Essa era bem menor que a anterior, e mais fina. A Luiza reivindicou os ensaios com os bastões. Juntamos as duas pontas da corda e a estendemos, criando um círculo onde, uma vez todos dentro, alongamos. Depois, pulamos um pouco de corda. Embora, comumente apontado como uma brincadeira feminina, os homens detonaram!!! Fogo, foguinho, fogão...

O Pedro montou as mesas e cadeiras em uma estrutura prévia do cenário. Ensaiamos as três cenas mais curtas do primeiro ato: mãe com o filho, casal de namorados e archotes.

O espaço cênico e bem pequeno e intimista. Vai ser super interessante estarmos tão perto do público assim. Trabalhamos o posicionamento, as interações, os gestos, as intenções e as falas. As cenas ficaram boas. Dá pra notar um crescimento enorme desde os exercícios de improvisação. Já está com cara de peça.

Terminamos as montagens e lemos, novamente, o segundo ato. Dessa vez, apenas os atores. Intercalávamos de leitores a cada interjeição gráfica (ponto, vírgula, ponto e vírgula etc). Nos espalhamos pelo espaço e lemos enquanto andávamos. Depois, interagimos um com o outro, e com o próprio espaço. Tentamos seguir a intenção do leitor anterior. Ficou legal. Corrido. Fiquei impressionado como nos acostumamos rápido a ler assim. A concentração estava boa e erramos pouco. A maior dificuldade está em acompanhar, com os olhos, as palavras no papel. Eu vivia me perdendo.

Repassando - Dia 25, por Bruno

Nos encontramos às 13:30 na Cultura Inglesa. Discutimos metade da minha parte do livro do Stan. Fundamentos que, em parte, aplicamos e trabalhamos: gestos limpos e necessários, linha contínua de ações e intenções, imagens e sons do personagem passando em um filminho na cabeça, movimentos conscientes, ingenuidade, figurino etc.

Iniciamos o trabalho com uma passagem das cenas do primeiro ato. Conversamos sobre as características de alguns personagens e refizemos a cena. O personagem do empresário ganha uma jovialidade desproporcional quando se transforma no maléfico. Trabalhei esse momento e tentei manter a empolgação e a excitação do maléfico, mas com a disposição e as condições de um homem bem mais velho. O empresário tem uns 50/60 anos. Homem sério e cansado: talvez das constantes viagens e apresentações; talvez pela consciência de que as pessoas já não têm mostrado tanto interesse em seu trabalho (junto com o do jejuador). O maléfico é forçado. É um personagem dentro do personagem. O empresário o manifesta para atrair o público, para chamar a atenção e criar todo o interesse e o suspense sobre o artista da fome. É um personagem extremamente necessário; embora, ele possa não gostar muito disso – mas acho que não vem ao caso.

Eu gosto bastante da cena dos fiscais; principalmente da minha parte. O personagem e gostoso e adorei a voz estilo ‘Francisco Cuoco’ (é como a chamo). O fiscal é matuto, esperto e sempre atento; embora, tenha um ‘quê’ de falador - do tipo que gosta de contar vantagem. Acho que os diálogos estão bons, e a voz também. Preciso definir melhor a postura e as expressões faciais. Estou na dúvida sobre tentar demonstrar que o personagem é gordo. Não sei se transmite essa impressão. Talvez, eu apenas adapte alguns gestos do físico obeso em um personagem do meu porte. Embora, adore a característica do gordo.

Finda a nova passagem de cenas, lemos o segundo ato diretamente do texto do Franz. Alternamos os leitores a cada ponto ou ponto e vírgula. O Pedro vai falar mais sobre esse processo depois.
quinta-feira, julho 13, 2006

Brutalizando – Dia 24, por Bruno

Confesso que não prestei atenção alguma às músicas até alguém comentar que elas estavam tocando. Realmente, alguns personagens parecem ter mais coerência com algumas músicas do que outros; mas creio que não pela personalidade do personagem em si (pois acho que é cedo para conseguirmos definir todas elas – se é que, mesmo com todo o tempo do mundo, isso chegue a ser possível) mas sim em decorrência da cena, ou cenas, em que ele está inserido. Por exemplo, não consigo visualizar o empresário (imagem de despedida do jejuador) sob uma música animada. Mas, se esse mesmo personagem estivesse em um local diferente, sob uma situação diversa, talvez fizesse algum sentido.

Passamos as cenas do primeiro ato individualmente, mas na ordem cronológica. Primeiro a apresentação do jejuador e a aparição do caipira, depois a mãe e o filho, seguidos pelo casal, depois os fiscais, os archortes, a senhora generosa, o 40º dia e, terminando, com a despedida. Antes de cada cena, fazíamos um breve exercício de cada personagem com suas imagens. Primeiro, simplesmente reproduzíamos a imagem e permanecíamos parados. Em seguida, impúnhamos movimentos leves até liberar o controle total para o personagem. Findo o exercício, fazíamos a cena. Essa atividade foi boa porque, e em decorrência do fato do grande número de personagens, matinha a concentração apenas nos necessários para a cena em questão.

Concordo com a brutalidade do namorado. Fazer o que?? Mas os ajustes deixaram, realmente, a relação entre os dois, e a cena, mais coesas.
segunda-feira, julho 03, 2006

Enrolando - Dia 23, por Bruno.

Iniciamos os ensaios abusando das mais recentes técnicas de desenrolamento de cordas. Fizemos um aquecimento seguido de improvisação livre com o objeto. Finda a exploração do objeto, do espaço e dos demais participantes, estudamos alguns exercícios trazidos pelo Pedro visando a descoberta e a focalização dos movimentos/energia/músculos necessários pra cada atividade cênica (e até mesmo diária). Lemos as últimas cenas do texto redigidas pelo Haruki – da Senhora Generosa e do 40º dia. Montamos novamente as cenas dos namorados e da mãe com o filho atentando para a relação entre eles – baseados nos aspectos identificados na discussão sobre as imagens. Finalizamos o dia de ensaio com a leitura da segunda parte do texto do Kafka, dedicada ao momento do jejuador no circo.