terça-feira, fevereiro 28, 2006

Dia 6 - 19.02.06 por Haruki

Conforme post do Bruno, nas montagens de cena eu fiquei com o papel de Jejuador. É de longe, sem desmerecer todos os outros personagens, o papel mais complicado. Mostrar o arco dramático pelo qual ele passa (numa visão simples e rápida: indo do orgulho e vontade de se mostrar à aceitação pura e simples da arte que ele faz) ficando o tempo todo sentado em uma jaula, é muito difícil. Sentei na jaula e fiquei experimentando expressões, gestos, entonações... mas tudo era limitado pela jaula, pelo fato dele não se levantar e pelo fato de eu querer retratá-lo como uma pessoa tranquila, de gestos lentos, suaves e curvos.

O que passa pela minha cabeça entre o primeiro visitante e o último está bem claro para mim, o arco está bem desenhado, mas tenho certeza de que não consigo demonstrar e transmitir o que sinto para a platéia. Vai ser um desafio bem grande para o que estamos estudando. Principalmente porque é teatro, e pequenas variações na expressão e na entonação não são percebidas.

Vamos ver o que o nosso diretor acha da cena, no próximo sábado.

Dia 6 - 19.02.06 por Bruno

Ensaiamos novamente nesse domingo, mas sem diretor. O objetivo era de que montássemos mini-cenas com base em pequenos núcleos de acontecimentos escolhidos dentre trechos do texto que estamos estudando: ‘O Artista da Fome’ de Franz Kafka. Trabalhamos os personagens dessas cenas nos valendo da experiência obtida nos diversos exercícios físicos realizados durante todo o nosso processo de pesquisa ano passado e dos ensaios desse ano. Em exercícios recentes exploramos intensidades físicas (forte, fraco, leve, pesado, rápido, lento) dos personagens e sua composições com base em características importadas de animais diversos.

Como havíamos escolhido três trechos distintos, criamos uma maneira de juntarmos todos eles em uma única cena, que abrangeria no tempo todos os acontecimentos relatados nesses núcleos.

Exploramos os trechos individualmente, antes de montarmos a cena de forma íntegra. O Haruki explorava o artista da fome sozinho, experimentando gestos e sensações (inclusive de desconforto) do personagem. Eu e a Luiza criávamos, com base nas citações dos núcleos, personagens que interagiam entre si e com o artista da fome. Atentávamos, eventualmente, as intensidades de cada um, mas nos aprofundamos pouquíssimos (ou quase nada) em suas personalidades propriamente-ditas.

Nos preocupamos com a limpeza dos gestos e na fluência coesa da cena, que ficou, particularmente, muito interessante. Com pouquíssimas situações tiradas de um texto tão rico em detalhes, acredito que conseguimos passar - em uma cena de menos de 2 minutos - toda sua idéia central.

Aliado aos estudos de exercícios físicos, estamos analisando teorias nos livros de Stanislavski (Manual do Ator) e de Weil & Tampakow (O Corpo Fala) como forma de complementação e detalhamento.

Abraços.

b.

Dia 4 - 12.02.06 por Luiza

Apenas complementando o que o Há disse.

Realmente, concordo com ele. Acho que foi com esse ensaio que percebi o potencial do texto que temos em mãos e a nossa capacidade de criar e de desenvolver cenas a partir de exercícios que de início parecem simples e sem grandes promessas. Acho que parte de mim teve grande receio no começo dos ensaios. Como desenvolveríamos algo apenas com os exercícios? Como uma peça, ou que seja cenas soltas, seriam criadas apenas com os exercícios? Sem ter como objetivo ‘criar uma cena com começo meio e fim’.

Fiquei muito impressionada com o resultado do exercício das substâncias, que depois acrescentamos frases escolhidas do texto.
Foi muito interessante ver como três frases escolhidas aleatoriamente pelos três atores pode dar forma a uma improvisação de tanta força e magnitude como aconteceu.
Como o Há já descreveu, o nosso entrosamento foi incrível! Foi o que mais mexeu comigo até então. O diálogo que criamos com as nossas frases deu uma dramaticidade enorme à cena e ela por fim ficou muito forte e, segundo o diretor (única platéia) passou uma verdade e uma intensidade muito boa. Fiquei muito impressionada com esse resultado. E mais ainda de como grandes resultados surgem de tão pouco...

Dia 4 – 12.02.06 por Haruki

Foi o melhor ensaio até agora, na minha opinião.

Para mim, foi somente a partir deste ensaio que comecei a entender e a visualisar todas as possibilidades que o texto apresenta. Ter que escolher 6 imagens, frases, ou palavras do texto me fez descobrir um número absurdo de possibilidades. Foi realmente difícil escolher somente 6, embora a minha primeira escolha tenha vindo logo de cara, com força: a imagem do jejuador caído em sua jaula, coberto por uma palha velha e suja, pessoas passando pela jaula como se ela estivesse vazia, o quadro marcando os dias de jejum completamente abandonado. A idéia vai diretamente de encontro ao orgulho que ele sentia por ser o maior jejuador de todos, é angustiante.

O exercício de improviso com o trecho retirado do texto foi intenso. O trecho que eu escolhi foi "Tentava afastar o pescoço tanto quanto possível, a fim de resguardar o rosto do contato com o jejuador.". Escolhi o trecho talvez por mostrar mais uma vez uma ferida no orgulho do jejuador, ele era um artista, e estava sendo tratado como um ser repugnante, de quem ninguém gostaria de chegar perto. As duas escolhas não foram conscientes, não quis relacioná-las, mas agora, escrevendo, percebo que talvez estivesse, e ainda esteja, buscando os motivos que levaram o jejuador a enfim entender e/ou aceitar a sua condição, resignando-se no final do conto e desculpando-se com todos. Voltando ao exercício, comecei usando a frase como muleta para o me movimentar na substância areia. Reforçava a palavra "tentava", a primeira, a que alvancava o resto da frase e os meus movimentos. Logo passei a quebrar a frase em partes, falava pedaços dela, fora de ordem, conforme alguma necessidade interior que eu não sei definir bem o que é, só sei que as frases não vinham de forma consciente. Eu não pensava "agora é uma boa hora para usar tal trecho", o tercho simplesmente aparecia e saía da minha boca, sem controle algum... estranho... por exemplo, quando ajudo o Bruno tampando-lhe os olhos, usava o trecho "resguardar o rosto do contato". E quando me encontrei com a Luíza encolhida em um canto, simplesmente passei a negar a minha frase, mas só fui perceber isso depois de já tê-la negado várias vezes... a Lu estava encolhida e eu fui até ela e dizia "não há porque afstar o pescoço", "não há porque resguardar o rosto", enquanto ela me empurrava, me afastava, eu me esforçava em tentar passar essa mensagem positiva, de contato, de solidariedade, mas ela estava visivelmente perturbada, me empurrando e me segurando com força. Foi bem intenso.

E como eu disse, foi depois deste ensaio, mais particularmente depois deste exercício, que eu me dei conta do petencial dramático desta peça que iremos montar. Ela promete!!!
segunda-feira, fevereiro 27, 2006

Dia 3 – 11.02.06 por Pedro Rodrigues

Respiração, roda de equilíbrio, todos e individualmente, massagem no abdômen e tórax com respiração, saudação ao sol e aquecimentos de voz, inclusive vocalize destonado.

No jogo da Bolinha, acrescentamos falar os nomes das pessoas, e depois diversos sons. Ainda foi muito insipiente em termos de improvisação com som e uso da voz. Normal, pois trabalhamos principalmente com o corpo, ou quase só com.

Precisamos trabalhar mais improvisações com sons e falas para despertar a criação por este lado, visando usar na composição de cenas.

Trabalhamos bastante com a Substância e os Animais.

Primeiro cada um estava uma substância, sentindo-a, movendo-se nela e interagindo com ela. Então, a partir de relações entre eles, as substâncias passaram a se misturar. Foi curioso como uma das substâncias, mais forte ou característica, se sobressaiu sobre as outras na mistura.

Depois, quando estavam na mesma substância, um dos atores variava-a e os outros acompanhavam.

Ainda costumam dar nomes ou escolher previamente a substância (racional), mas sentem-na verdadeiramente. Inclusive, quando misturaram as substâncias, não deram um nome ou definiram a nova substância, apenas sentiram como ela se portava. Segundo depoimentos, quando não conseguiam visualizar, passavam a imitar os movimentos e tônus do outro e então sentiam a substância.

Atestaram que é mais difícil sentir a substância com as pernas do que com o corpo ou os braços. Quando tentavam descobrir que substância o outro estava propondo, às vezes, este fazia um gesto impossível, e viam que é diferente do que pensavam. Cada substância tem diversas qualidades, algumas se portam de um jeito semelhante por vezes e diverso em outros casos. Será que é possível entrar na substância do outro sem ter que dar nome, definir todas as suas qualidades, apenas ir assimilando-a pouco a pouco, junto com o proponete, não extrapolando-o?

A Luiza, que se viu imersa em cubos de gelo, passou a sentir frio, o que a levou a ficar encolhida, tremendo, remetendo-a ao desespero e a uma personagem louca. Quando a substância se tornou mais leve, oferecendo menos resistência, sentiram o desequilíbrio verdadeiramente e quase caíram.

Com os Animais fizemos uma improvisação, começando de visualizar o animal, mover-se como ele e passar a interagir, que foi difícil no começo, pois parece depender do animal. Na verdade não depende, as relações que os animais estabelecem podem ser humanas, como em uma fábula ou desenho. Isto deveria ficar mais evidenciado na continuação, com o Meio-Animal, um homem retendo 50% as características do animal; um tipo. Mas aconteceu o contrário, o tipo tinha motivações animais.

Valeu o improviso, criamos uma cena entre os bichos, mesmo que sem muita ação. Uma hora dei o estímulo “vocês tem que decidir quem vai ficar com a cadeira”, e foi interessante, que resolveram de forma bem humorada e lúdica. Sempre me preocupo que este exercício é fácil de descambar em uma gritaria a lá jardim da infância de cachorros, gatos e piu-pius, o óbvio do animal, não o refinamento de buscar reflexos de características humanas nas qualidades animais.

Talvez se fizéssemos a improvisação depois do exercício que passei no workshop, de realizar uma atividade humana depois de praticarem com o animal, ficasse mais clara a intenção de explorar sentimentos e sensações humanas a partir do animal. Trabalhamos pouco com os animais, voltaremos a eles.

Já começamos a criar cenas, improvisações, entramos no texto no próximo. (não deu tempo neste, queria que desse...) Aliás já tínhamos lido o texto juntos, dia desses, foi no primeiro?

Dia 2 – 05.02.06 por Pedro Rodrigues

Apertou o tempo. Fizemos um longo trabalho prévio de massagens, respiração e equilíbrio.

Nas Bolinhas, com 3 em roda chegamos até a uma bola para cada.

O Samurai e Gueixa se provou bom aquecimento e treino físico (condicionamento mesmo), já introduzindo um elemento rudimentar ou caricato da composição corporal de personagens. O samurai foi feito normal, com uma congelada do passo e com chute. Na gueixa, acho que introduzimos alguns gestos de mão, não lembro. Posso pensar em algo. Acho que tinha uma congelada no passo dela, não tinha? Fizemos uma seqüência com 3 passos de cada tipo. E o

Pega-Pega com Samurai e Gueixa.

Quero experimentar o Samurai com Bastão e a Gueixa com bolinha. E vice-versa!

Onde Estou Eu. O Haruki expressou bem o “Clint Eastwood preso”... uma hora colocou as mãos na grade, mas não foi isso que mostrou onde ele estava. Ele se sentia preso. Teve uma outra cena em que os dois faziam muitas coisas na maternidade; mostrava pela mímica, não pela reação ao ambiente visualizado. O exercício seguinte evidencia mais este aspecto.

O Que Aconteceu. Idealmente, é feito apenas entrando em cena e atravessando o palco. Algumas vezes os atores criam ações para contar o que aconteceu. Um bom ator ao entrar em cena já não deixa dúvidas, antes das palavras. Antes ainda dos gestos.

Não vem de dentro, reflete o de dentro.

Polir para bem espelhar a imagem. E sintonizar esta imagem.

Ler a Carta, passaram a carta um para o outro. Atentei que duas pessoas podem reagir diferentemente à mesma carta, igualmente à tevê. Foi bom para perceber o bom grau de entrosamento e criação que atingimos. Colocamos o barro a girar e logo as formas se assumem. E foi bom pelo prazer lúdico de encenar.

Não lembro se fizemos a atividade cotidiana.

E assim foi mais um.

Dia 1 – 04.02.06 por Pedro Rodrigues

Antes do programa do dia, fizemos massagens, sempre bacana conhecer o corpo e ampliar contato. E gostosinho, também.

Fizemos a Roda de Equilíbrio, com respiração rítmica, expirando ao descer e aspirando ao subir.

E vice-versa. É bem bacana para concentrar e desenvolve noção de eixo e equilíbrio, importantes para práticas corporais. E colabora na integração do grupo, bastante.

O Bum-Chacalaka, que o Bruno um dia disse que deve fazer só em dia de apresentação. Concordo, e nos primeiros dias de ensaios. Ou quando tá todo mundo mortengo.

Do jogo da Bolinha, desenvolvemos duas cenas, trabalhando passar a bolinha de um ao outro com intenção cênica, sentados dois a uma mesa. Na primeira cena, os atores passavam a bola em um jogo de romance, com diferentes nuances e interações, na segunda, a bola era um objeto precioso em uma cena que girava em torno do interesse dos dois nele. Pudemos perceber claramente a diferença entre uma cena centrada em um objeto físico, e outra em que o objeto era um canalizador para o sentimento abstrato. Em outras palavras, o jogo de sedução pode ser realizado sem a bola, esta serve para ampliar, canalizar, evidenciar o sentimento, a cena de interesse pelo objeto não pode ser realizada sem um.

O jogo da Corrida em câmera lenta não trouxe muitas surpresas. Também não foi executado com tanta técnica, serviu mais como brincadeira cênica, o que é válido, e de um modo preparou para o Pega-Pega, também em CL. Neste criaram-se cenas mesmo, de acordo com as instruções e variações do jogo e suas criações.

O Quem Sou Eu trouxe a questão de ser e agir. Quando agimos, agimos porque somos, mas o que somos mostramos no palco agindo. No jogo, deve-se buscar trabalhar a visualização, imaginação, e ver até que ponto esta nos traz gestos, trejeitos, ações. Não trabalha o mostrar, é muito pobre para isso, não dá nenhum substrato; vai lá e mostra isso – não enfatiza nenhum aspecto, não evidencia nada a ser trabalhado. Vai lá e seja isso, aí tudo bem, mostrar é complexo, cheio de detalhes, ser é simples, é só ser. Deve-se passar o exercício todo concentrado em ser o personagem, pensar, ouvir, ver o que ele vê. A mente entra em campo, mas deve dar passagem ao sentimento. Você pode ter um entendimento racional de porque um cirurgião tem gestos delicados, mas deve se esforçar para sentir a prática cotidiana adentrando seus movimentos mínimos, impregnando suas fibras. Pode pensar que um pescador é bronco e simples, mas deve visualizar seu ambiente, a vida no mar.

Assistir TV foi bem bacana, na maior parte do tempo, se concentraram mesmo em ver algo externo, e em ver o que os outros viam, não em criar cenas entre eles. E até quando estas começaram a surgir, eles estavam focados na visualização. Aqui também treinamos o agir a partir do ser (sentir, visualizar). Já passaram pelo jogo antes, o desenvolvimento cênico – interações entre eles – deu prova de que assimilaram o conceito de visualizar e criar realidade cênica para algo imaginário, de girar a cena em torno desta visualização. Acredito que para iniciar, é muito bom trabalhar com os atores isoladamente, ou sozinhos juntos, em cena – aliás, como diz Viola Spolin quando descreve o exercício. O que ela não discorre é sobre sua evolução cênica.

Até aqui seguimos o programa, apenas com acréscimos no aquecimento. Basicamente jogos, relembrando, voltando ao pique de ensaios. Nenhuma discussão sobre o texto.

Introdução por Pedro Rodrigues

Diário de Bordo Nave Bum-Chacalaka, 12o. ano de serviço pouquinterrupto.

Do ano passado, trouxemos definido que trabalharíamos na encenação de uma adaptação própria ao conto O Artista da Fome. Comecei o ano com a idéia de aplicar no processo de ensaios o programa do curso que desenvolvi estes últimos anos e fechei ano passado. O curso prevê a assimilação de conceitos e criação de cenas em 36 aulas, então marquei 36 ensaios, para, ao final, apresentarmos cenas e improvisações, antes da estréia do espetáculo, ao ano que vem.

Logo no início me deparei com duas adversidades. Por um lado, o curso prevê trabalho com cenas de dramaturgia, não a criação a partir de improvisações. É bem diferente você desenvolver um personagem a partir de improvisações e jogos e montar uma cena pronta do que criar todos os personagens e situações em improvisações e depois criar uma dramaturgia.

Mesmo que seja para fragmentos de cenas.

Também, o grupo já havia passado comigo pela maioria dos exercícios, enquanto eu desenvolvia o programa e montávamos o Mundo Esquezitos. Por esses dois motivos, ainda nos primeiros ensaios mudamos um tanto a seqüência de jogos, por um lado enfatizando a criação de cenas e tipos a partir do estudo do texto, e, por outro, trabalhando desenvolvimentos específicos dos exercícios, já tendo o básico sido trabalhado. Estes dois pontos se uniram, com resultados bem interessantes, caminhando na pesquisa de dinâmicas a serem aplicadas para a criação cênica.

Então aos primeiros 5 dias de ensaios. E ao sexto pelos atores, que eu folguei.

Enfim!

Bom, o nosso caro diretor está tendo problemas para acessar o blog e postar os primerios diários. Assim, ele nos enviou um arquivo de Word constando os primeiros 5 ensaios, e eu me encarreguei de colocá-los aqui. Boa leitura!
domingo, fevereiro 19, 2006

Diário de ensaios

A todos os interessados, este é o mais novo espaço do grupo Bum-Chacalaka!
Estamos começando um novo projeto este ano, e resolvemos publicar um diário com os nossos ensaios, impressões, técnicas... a idéia era fazer um diário em word, interno, só para termos registrado, mas... por que não transformar este diário em um blog? Por que não compartilhar nossas experiências com aqueles que são vitais para o sucesso do grupo: o público?
Assim, pretendemos ao longo deste ano de 2006 e começo de 2007 postar regularmente o que fizemos nos ensaios, o que achamos, o que aprendemos, o que desenvolvemos. E esperamos que isto faça com que vocês curtam ainda mais o nosso trabalho!
Ah, e é claro, sugestões e comentários são bem-vindos!

Um grande abraço,

Haruki